É liberada no Brasil as pesquisas com células-tronco embrionárias. Não quero aqui fazer uma apologética à minha postura contra as pesquisas, uma vez que há razão em ambas as partes pois é verdade que um blastocisto é uma vida humana, assim como é verdade que não tem sistema nervoso, ou seja, não sente dor e nem tem sentimentos, tornando o debate muito mais ético e filosófico do que científico ou religioso. O que não é verdade é a CERTEZA de que esta é a solução para tantos casos clínicos inclusive genéticos.
Sabemos que ambas as células-tronco, adultas ou embrionárias têm suas vantagens, e que tanto se pode conseguir, com o avanço da ciência, fazer as embrionárias não correrem risco de rejeição e consequentemente a formação de um tumor, como se pode conseguir aumentar o potencial das adultas e convertê-las em qualquer tecido. A solução pode estar também no aperfeiçoamento da reprogramação celular. Se a solução estiver nas adultas, as verbas que poderiam estar sendo destinadas à esta pesquisa estará sendo utilizada na outra. E vice-versa. Se a liberação foi uma vitória, talvez um dia o saberemos. Mas o que realmente me incomoda é que, se é tão óbvio como dizem a necessidade destas pesquisas, por que a mídia usa o velho recurso de manipulação de mentes, criando debates entre religiosos e deficientes, dando o parecer de um lado que os únicos que são contra as pesquisas são os religiosos, e do outro criam a comoção e a sensibilização do público, colocando um deficiente, que sem o menor domínio do assunto, diz que estas células com toda a certeza trarão a alegria para muitas pessoas, sem nem ao menos saber diferenciar espermatozóides, zigotos e blastocistos!
Por que que eu não me impressiono com isso...